sábado, 11 de setembro de 2010

Maresia



Maresia

A Dora Ribeiro

Não estamos no mar
Mas os olhos molhados saúdam o céu
E é no horizonte imaginário
Que lança sóis de palavras
A gaivota que traz nas asas
Novos cantos de Portugal

Estou em casa.
Debaixo da sacada escrevo versos
Vejo rostos e choros que não são meus
Que estão além
Entre brancas páginas e ondas calmas
Que na tarde cai
Como barcos que navegam sonhos.

Sinto Dora no vento
Brisa viva singrando meus cabelos
Rasgando meu peito
Em feixes de luz plena.
Estou sozinho
E nessa pulsação vai o pensamento
Içar as possibilidades sendo tudo
Sem nada ser.
Estou aqui e em todo lugar
Cujo destino cabe num livro.
Sou homem
                    Sou livre
Sou sacro.

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