Maresia
A Dora Ribeiro
Não estamos no mar
Mas os olhos molhados saúdam o céu
E é no horizonte imaginário
Que lança sóis de palavras
A gaivota que traz nas asas
Novos cantos de Portugal
Estou em casa.
Debaixo da sacada escrevo versos
Vejo rostos e choros que não são meus
Que estão além
Entre brancas páginas e ondas calmas
Que na tarde cai
Como barcos que navegam sonhos.
Sinto Dora no vento
Brisa viva singrando meus cabelos
Rasgando meu peito
Em feixes de luz plena.
Estou sozinho
E nessa pulsação vai o pensamento
Içar as possibilidades sendo tudo
Sem nada ser.
Estou aqui e em todo lugar
Cujo destino cabe num livro.
Sou homem
Sou livre
Sou sacro.
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